Saber Viver, Viagens

Memórias de uma viagem passada | Dublin #2

3 Jan , 2016  

Em Dezembro passado o Tezturas andou por Dublin. Esta era uma viagem há algum tempo prometida, aos meus amigos, à minha mãe e a mim. Decidimos definir este fim de semana prolongado, para uma viagem de Natal e se há sítio onde esta quadra é levada a sério, é na Irlanda.

Partimos os três (eu, marido e a minha mãe), rumo à “Emerald Ireland”, e é fácil perceber porque lhe chamam assim, os campos e as montanhas são uma imensidão de verdes, que se misturam em paisagens belíssimas.

Os dias anoitecem rápido nesta altura do ano, e por isso sabíamos que esta fuga, teria que ser bem gerida, para podermos aproveitar bem a visita. Os nossos anfitriões (amigos de longa data), foram fundamentais no cumprimento do objectivo, conhecer Dublin e sentir um pouco da Irlanda.

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Começámos por fazer uma visita à cidade. Estava frio, mas o sol brindou-nos com a sua companhia ao longo deste dia. Ponto obrigatório, a secular St. Patrick’s Cathedral. Logo à chegada ao primeiro monumento, a simpatia irlandesa é notória, o senhor da bilheteira era super afável, tal como a maioria dos irlandeses com quem me cruzei.
Esta catedral tem uma história rica, que sofreu várias alterações ao longo dos tempos, e cuja origem se deve ao padroeiro nacional, St. Patrick’s.
Reza a história que ali era o poço, onde São Patrício batizou os primeiros cristãos. Estilo gótico, tem pormenores muito interessantes, inúmeras estátuas, vitrais, talhas douradas, pedras trabalhadas, mosaicos com diferentes simbologias, os bancos contam histórias, e até os aquecedores antigos são bonitos e funcionam.

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Em seguida seguimos para mais uma igreja, igualmente imponente, a Cathedral of the Most Holy Trinity, mais conhecida como Christ Church, datada de 1038, é a mais antiga das catedrais de Dublin. Originalmente medieval, caracteriza-se por uma mistura de estilos, com traços góticos e românicos, e outras modificações que foi sofrendo com os tempos.

Prosseguimos, para ver o Dublin Castle, que é um pouco diferente dos castelos a que estamos habituados, passeamos pelos jardins. E ainda demos uma espreitadela à cúpula do City Hall de Dublin.

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Foi altura de ir fazer uma pausa para uma pint, claro! E recarregar baterias. Seguimos para a emblemática zona de Temple Bar.
Aqui podemos provar a inconfundível cerveja irlandesa Guiness, e comer alguns dos pratos tradicionais dos pubs.

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Passeámos mais um pouco e não perdemos a oportunidade de entrar no Temple Bar Pub, um dos mais conhecidos e antigos pub´s de Dublin, que é encantador, com o verdadeiro ambiente e decoração de pub, estava ornamentado a rigor para a época natalícia, um verdadeiro charme.

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E o tour continuou, fomos até Trinity College, um campus universitário, que vale a pena visitar, pertence à universidade mais antiga da Irlanda, e lá podemos ver edifícios antigos e contemporâneos de grande interesse, nomeadamente a Old Library, com a qual ficámos deslumbrados. Além da magnificência dos interiores da biblioteca, lá ainda se encontram 200 000 volumes, a harpa mais antiga da Irlanda e o Livro de Kells, um manuscrito em excelente estado de conservação, ilustrado com motivos ornamentais, feito por monges celtas por volta do ano 800, no estilo conhecido por arte insular.

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Prosseguimos o passeio pelas movimentadas ruas de Dublin, sempre brindados pelo espírito natalício, e fomos até à zona dos canais, que nos conduziu até à zona mais moderna de Dublin, onde a paisagem se caracteriza por edifícios contemporâneos, onde se localizam as principais tecnológicas, como é o caso da Google.

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O sol estava quase a pôr-se, mas ainda deu para captar uns registos, da Dublin à beira rio. A cidade tem umas cores bonitas, e percebe-se que há gosto em manter o que é originalmente antigo, apesar de haver espaço para modernidade. É sem dúvida uma cidade em crescimento, mas que não perde a sua identidade.

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O contemporâneo vive em harmonia com o antigo. Respeitam-se os materiais nobres e tradicionais, até as montras de qualquer loja ou pub tem um design característico, cheio de personalidade. Gostava que em Portugal houvesse mais este pensamento.
Os Irlandeses são um povo extremamente educado e gentil e conseguem ser mais descontraídos do que os Ingleses, e a comida aqui também me pareceu melhor do que em Londres.

 

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Assim que a noite chegou, e depois de uma pausa para um chocolate quente, fomos ver as montras e as luzes de natal. Cruzámo-nos com alguns coros de crianças, que cantavam cânticos de natal nas ruas. Fiquei pasmada com as montras da Brown Thomas, uma delícia, fairy tail inspiration…

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Ainda fomos esfregar as maminhas da Molly Malone, dizem que dá sorte, porque não experimentar? Com certeza os seios mais concorridos da Irlanda, todos querem tocar-lhe e tirar fotos, com elas. Ahahaha!

 

O dia seguinte, foi mais típico no que toca ao tempo, acabámos por optar por programas, onde nos protegêssemos da chuva. Acabámos nesta feira de antiguidades, muito boa, com preços verdadeiramente acessíveis, ao contrário de Portugal, onde as feiras de velharias parecem lojas, já que os preços parecem de objectos novos. Peças vintage, roupa em segunda mão, vinys, loiça arte decó. Bijuterias, móveis retro, umas verdadeira perdição, não fosse o limite a bagagem de mão…

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O almoço tardio, foi num pub, claro está. Com direito a pints, cidras e chicken wings, que é como quem diz asas e perninhas de frango cravadas em molho super guloso e altamente picante, o prato traz um molho de queijo e aipo fresco a acompanhar, para suavizar o palato. Uma iguaria que não é para comer todos os dias, mas soube muito bem. Em seguida, veio o fish and chips, melhor que o inglês, e um hamburger de carne irlandesa, que é qualquer coisa.

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Depois disto ficámos a rebolar e fomos passear mais um pouco pela cidade, e conhecer mais uns pubs. Descobrimos o 12 pubs of christmas, que basicamente é um rali por 12 pubs, onde em cada um, se bebe uma pint, portanto, 6 litros de cerveja. A acrescentar, os participantes usam as Christmas jumpers, camisolas com os mais variados motivos de natal, ou inclusivé usam luzinhas e até vimos um senhor envergando um disfarce de árvore de natal, lindo!!! (pena não ter tirado foto, fiquei fã).


No último dia, estava previsto irmos para o “country side”, que é como quem diz, para o campo, e também às montanhas. Infelizmente o nevoeiro era tanto que nos boicotou umas das visitas, mas tivemos a oportunidade de visitar este fantástico sítio, Glendalough, o vale dos dois lagos. Um vale glaciar situado em County Wicklow, a alguns quilómetros de distância de Dublin. Tem vários monumentos que remontam à época dos vikings. Igrejas, um cemitério e uma torre de vigia.
É verdadeiramente deslumbrante a beleza natural ali existente.

 

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Fizemos uma grande caminhada para poder apreciar a paisagem e conhecer os lagos. Por todo o percurso viam-se pequenas quedas de água, riachos e também uma bela cascata de maior dimensão.
A tranquilidade, o ar puro, o verde, as montanhas, são uma terapia revigorante para quem visita este pequeno paraíso gelado. Um dos pontos altos da viagem, sem sombra de dúvida.

Pelo caminho vimos as famosas ovelhas chonés, aquelas que são pretas, super fofas (não consegui tirar fotos) e podemos também apreciar a vista panorâmica da cidade de Dublin à noite.

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Para rematar em beleza, fomos ouvir música Celta e encher o “bandulhini”, ao pub mais alto da Irlanda (dizem eles), Johnnie Fox’s Pub. É o Pavilhão chinês lá do sítio, cheio de colecções, desde os penicos de loiça, às placas de identificação, a tantas outras antiguidades e peças únicas e divertidas. Composto por inúmeras salas, tem lareiras em todas elas, mesas feitas com camas antigas, bancos únicos e um sem fim de pormenores e detalhes lindos!
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Tem espetáculos de dança Celta, mas optamos por ouvir só a música, que foi divertida q.b. e já deu para matar a vontade.
Apesar de ser para turistas, o Pub acaba por ter um óptimo serviço, como é apanágio deste povo, e a comida é divinal. Oh Deus! Eu que nem posso com o cheiro a borrego, provei um joelho cozinhado por 12 horas, que se desfazia ao espetar do garfo e posteriormente na nossa boca. Tão bom!! As sobremesas eram igualmente divinais, eu comi lemon curd, mas provei o whisky pudding da minha mãe, que estava verdadeiramente guloso. Sem dúvida que fechámos estas mini-férias com chave d’ouro. Obrigada!! Aos que me acompanharam e aos meus queridos amigos que nos proporcionaram estes dias tão agradáveis e revigorantes.

Cátia Marcelino

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